A mãe que espera a morte do filho.



Cortar a linha que prende as crianças das comunidades é dar-lhes condições de voar, é ter a liberdade de escolher o que
se quer ser. O que fazer, para tomar uma decisão? O que é preciso, além de oportunidade? Apresentação de atividades, preenchimento do tempo que, um dia, será pleno em boas saudades. Os caminhos da arte, da cultura, da educação libertam qualquer menino. O conhecimento tem muita importância na construção e reconstrução de um ser. Nos liberta do cerol dos tempos, corta as amarras do medo, nos torna fortes para vencermos os pais capitães, o sedutor de pipocas, pois são quem tem o saber, a consciência da necessidade de se proteger. Passarinho voou. Quem sabe irá para um lugar onde, de novo, vai ser preso? No dia de hoje, pelo menos, ele permaneceu. Este é o dilema das mães que esperam que, no amanhã, o seu filho retorne para casa. A tesoura que corta esta linha, eles ainda não conseguiram comprar. Parece conformismo, mas não é; nem negligência da mulher. São tantas noites mal dormidas, tantas taquicardias, tantos dias de luto que, quando o filho vira defunto, e existe, ao menos, o corpo para chorar, a vida continua com a dor. Ela torce pela linha em seu beco não mais passar; afinal, tem mais quatros filhos que podem neste vidro se cortar. Ela já está tão seca que acredita não ter mais lágrimas para derramar. Deus, dê para as mães das comunidades mais opção de guarda para os seus filhos, mais amadurecimento para suas maternidades tão precoces, mais gerenciamento da vida doméstica,melhor opção de escolha de parceiro na formação de um lar. Onde come um não comem vinte. Alguém fica subnutrido, adoecendo o entendimento, ficando mais fácil do cerol alcançar os meninos com a propaganda do cheiro de uma cocada ou de um tênis da moda.

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